segunda-feira, 2 de março de 2009

Pelotas
Kleiton e Kledir

Caminhando por Pelotas
lembrei de quando eu nasci
num quarto da santa casa
no palco do guarani
contei paralelepípedos
no caminho da escola
sonhei ladrilhos hidráulicos
e paredes de escariola

pião, bolinha de gude
pandorga, iôiô, gibi
desci carrinho de lomba
eu sou o mesmo guri

comi tanta pessegada
fios de ovos bem casados
e pastéis de santa clara
que fiquei cristalizado

voei até a praça
e passei no Sete de Abril
os pardais faziam festa
naquela tarde de frio
tomei um café no Aquário
bem quente pra ver se aquece
agradeci, obrigado
e a moça disse merece

andei a pé na avenida
entrei na boca do lobo
e fui até a baixada
pois era dia de jogo
e naveguei pelo povo
fragata e areal
três vendas e são gonçalo
e praias do laranjal

é muita guria linda
eu fico até espantando
nunca vi tanta beleza
em cada metro quadrado

o vento nos teus cabelos
desenha outra escultura
como a fonte das nereidas
nos braços da arquitetura

terra de todos meus sonhos
princesa do sul bonita
o meu amor não tem fim
como uma rua infinita

Pelotas minha cidade
lugar onde eu nasci
ando nos braços do mundo
mas sempre volto pra ti!